Estamos no “Julho Laranja”, campanha que promove cuidados preventivos com a saúde bucal para crianças a partir de 6 anos. Com isso, as ações que ocorrem durante todo o mês são uma oportunidade para alertar: a preocupação com a ortodontia deve começar desde cedo.
Uma boa higiene bucal pode prevenir a cárie dentária, que é uma das doenças mais comuns na infância. Além disso, bons hábitos com a saúde oral também auxiliam na prevenção de doenças nas gengivas, como a gengivite e a periodontite.
Essas doenças, não afetam apenas a saúde bucal, mas repercutem com efeitos na saúde geral. A doença periodontal, por exemplo, tem sido associada a condições sistêmicas, como doenças cardíacas, diabetes e complicações durante a gravidez.
Atenção aos dentes de leite
Não é porque vai cair que o dente de leite merece menos atenção do que a dentição permanente. Isso porque a saúde de um está diretamente relacionada à saúde do outro, e muito além.
Os dentes de leite desempenham um papel crucial no desenvolvimento da fala, da mastigação adequada e na posição correta dos dentes permanentes.
Problemas que mais atingem a saúde bucal
Além das enfermidades já citadas, as doenças orais mais frequentes entre os pequenos. Confira:
Má-oclusão: um desvio da normalidade da oclusão, que é o engrenamento dos dentes.
Distoclusão: deficiência no crescimento do queixo, ou seja, quando a mandíbula, parte de baixo da boca, não cresce proporcionalmente. Esse tipo de problema confere à face do indivíduo um queixo pequeno.
Mesioclusão: crescimento desregulado da mandíbula para frente, deixando o indivíduo queixudo, prognata.
Mordida aberta: acontece quando os dentes da frente, preferencialmente, não se tocam. O indivíduo não consegue morder um sanduíche, por exemplo. Não consegue rasgar os alimentos com os dentes da frente.
Mordida cruzada: a parte de cima da boca não encaixa adequadamente com a arcada de baixo. Geralmente esse tipo de má-oclusão pode deixar o rosto torto.
Mordida profunda: é identificada quando os dentes cima cobrem muito os dentes de baixo podendo atrapalhar a mastigação, causando distúrbios na ATM (articulação temporo mandibular).
O modo como as arcadas dentárias se conectam e podem se desenvolver está ligado a fatores genéticos, ou uma combinação dos fatores genéticos com hábitos deletérios. É o caso, por exemplo, da respiração bucal, ou sucção não nutritiva de dedo, chupeta ou bico da mamadeira – fatores que influenciam diretamente na saúde bucal.
Como prevenir problemas bucais infantis
Para prevenir as má-oclusões é preciso começar bem cedo. O melhor estímulo para o crescimento ideal da mordida e da face é a amamentação, que deve ser exclusiva até 6 meses e complementar até 2 anos.
Depois dessa fase, vem a alimentação estimulante. Devemos ofertar aos bebês durante a introdução alimentar alimentos de preferência consistentes, coloridos de texturas diversas para aprimorar os movimentos da boca, que dessa maneira terá condições de crescer e desenvolver dentro dos parâmetros de normalidade.
Dicas importantes:
- Iniciar a higiene bucal desde bebê;
- Fazer consultas regulares ao odontopediatra, com intervalos de no mínimo 6 meses;
- Supervisionar a higiene na infância pelo menos até a criança ter autonomia para fazer bem feito sozinha, sempre priorizando as 3 escovações diárias e o fio dental pelo menos 1 vez ao dia;
- Manter na rotina alimentar da criança alimentos consistentes e nutritivos;
- Evitar ao máximo a oferta de alimentos ricos em açúcares e pegajosos.